sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Memorial do RS recebe padrinhos para a campanha Papai Noel dos Correios


Foto: Divulg. Memorial
Há 23 anos, os Correios contribuem para que muitas crianças brasileiras enxerguem um Natal mais colorido. Por meio da campanha “Papai Noel dos Correios”, cada cidadão pode promover a felicidade da garotada.

O projeto reúne cartas de meninos e meninas com até dez anos de idade, em situação de vulnerabilidade social, que contenham pedidos de presentes para a data natalina. Disponibiliza essas correspondências para que pessoas, empresas ou entidades realizem os desejos dos remetentes.

Além disso, escolas selecionadas pelas secretarias municipais e estaduais de educação também podem participar enviando cartas dos alunos que estão matriculados até a 5ª série do ensino fundamental. Em 2011, cerca de 27 mil cartas foram adotadas pelos gaúchos.

Foto: Divulg. Memorial

A campanha depende de dois tipos de voluntários:

- Padrinhos: São pessoas, empresas ou entidades interessadas em adotar cartas, ou seja, atender os pedidos que as crianças fazem ao Papai Noel e doar os presentes.

- Ajudantes: Leem, cadastram e selecionam milhões de cartinhas. É uma atividade não remunerada.

Os interessados em atender os pedidos dos pequenos sonhadores de Porto Alegre e Região Metropolitana podem se dirigir ao Espaço Térreo do Memorial do RS. Até 22 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e nos sábados, das 9h às 12h, o local está preparado para recepcionar a solidariedade.

Foto: Divulg. Memorial

Depoimentos de padrinhos

– Essa é a primeira vez que participo. Daqui para frente, virei mais vezes. Tem tantas formas de ajudar. Às vezes são pedidos simples, de roupas, ursos de pelúcia, bonecos... Estou escolhendo as cartas para dividir com o pessoal do meu trabalho – afirma Sabrina da Silva Pereira, funcionária de um salão de beleza. 

Foto:Divulg.Memorial
Já Maria Francisca Busanello é uma veterana nas doações. Faz quase dez anos que lê as cartas e sempre se sensibiliza com as frases. Lembra, com os olhos encharcados de lágrimas, o fato que motivou tanto engajamento. Seu filho, na época com sete anos, escreveu uma carta para o Papai Noel, pedindo um jogo. Na data comemorativa, os vizinhos do prédio vieram avisá-la que os Correios trouxeram um material para eles. Com muita curiosidade, o menino abriu o pacote e viu o seu anseio concretizado. Atualmente não são só os presentes no aspecto físico que Maria quer distribuir. Ela espera multiplicar o amor.

– Fiquei mais feliz do que ele. É simplesmente mágico – define Maria Francisca, após um longo silêncio dominado de emoção. 

As cartas, com caligrafia infantil e caprichados desenhos, tocam o coração de todos. Papéis recheados de fantasia, imaginação e esperança reavivam os leitores. Claudia Belomo faz a escolha com bases nas histórias. O valor dos objetos é um segundo critério. Segundo ela, os pedidos são bastante diversificados, desde materiais escolares até bicicletas. 

Bicicletas são também um motivo constante nas mensagens que Darlon Cecchi examina. Ele prefere aquelas que se referem a vestimentas de super-heróis. Assim lembra-se das brincadeiras de sua própria infância. 

– Nunca me negaram nada, agora quero ajudar os outros também. Queria ser o carteiro só para ver a alegria das crianças no momento de receber o pacote – confessa Cecchi.


Da esq.à dir.: Sabrina da Silva Pereira, Maria Francisca Busanello,
Claudia Belomo e Darlon Cecchi. Foto: Divulg.Memorial

Outros depoimentos você pode conferir no vídeo:


Mais informações sobre a campanha você pode conferir em: http://www.correios.com.br/papainoelcorreios2012/


 



quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Exposição aborda as relações de gênero estabelecidas nos brinquedos



Por que os pais costumam presentear as meninas com bonecas e meninos com carrinhos? Esse e outros questionamentos são levantados na mostra Brinquedo é coisa séria, organizada pelo curso de Museologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que pode ser visitada até o dia 1º de dezembro na Sala de Múltiplos Usos do Memorial do Rio Grande do Sul. Com entrada gratuita, a exposição se dirige tanto a adultos como a crianças, para juntos repensarem velhos hábitos que predominam no imaginário coletivo. A visitação ocorre de terças a sextas-feiras, das 10h às 18h, e sábados, das 10h às 17h.

Objetos comuns ao universo infantil estão expostos, montados de forma inusitada, a fim de provocar uma reflexão sobre o papel do brinquedo na formação da identidade e das diferenças. Barbie dirigindo automóvel, Batman limpando a casa e Capitão América preparando o jantar são exemplos da proposta feita pelo grupo de estudantes e professores. De modo não convencional, eles convidam o público a explorar as relações de gênero estimuladas nas brincadeiras.


O espaço é dividido em três eixos principais, separados por cores. O primeiro remete à importância do brincar como meio de inserção social. Apresenta um painel de fotografias, vídeos e mesa de percepção, para que o visitante relembre sua infância e os valores que lhe foram transmitidos nessa etapa da vida. O segundo demonstra as diferenças de gênero estabelecidas nos brinquedos. O terceiro eixo sugere uma desconstrução dos papéis sociais através de bonecos em situações diferentes daquelas que lhe foram predeterminadas nas campanhas publicitárias.


Recursos de acessibilidade foram aplicados na exposição. Há mediação por libras (mediante agendamento), acervo tátil, vídeos com legendas em português, vídeo com autodescrição, material em braile, material para quem tem baixa visão e o local é amplo o suficiente para a circulação de cadeiras de rodas.

Paralelamente à mostra, acontecem eventos para aprofundar a discussão e reexaminá-la sob o aspecto lúdico. No dia 27 de novembro (terça-feira), das 16h às 17h30, ocorrerá a palestra Pedagogias de Gênero: educando meninos e meninas. No dia 28 (quarta-feira), das 10h às 11h, alunos da 2º ao 5º ano poderão participar da Contação de Histórias. Uma oficina de confecção de brinquedos reciclados, com o Jardineiro, artesão da Sucata, será realizada nos dias 21, 23, 28 e 30, às 10h30 ou às 15h. Inscreva-se nas atividades pelo e-mail brinquedoecoisaseria@yahoo.com.br


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O olhar antropológico de Eduardo Quintana no Memorial do Rio Grande do Sul



A exposição fotográfica Rostros e Identidades fica à disposição do público no Espaço Térreo do Memorial RS até 11 de novembro.


“Fotografar é compreender os seres humanos, apresentar denúncias e testemunhos, construir identidades individuais e coletivas”. Esses são os princípios defendidos pelo fotógrafo equatoriano Eduardo Quintana na exposição Rostros e Identidades, promovida pelo Ministério da Cultura da República do Equador e Consulado do Equador em Porto Alegre.

As 38 fotos que compõem a exposição estão divididas em três séries: Equador Tierradentro, Solidão Urbana, Semana Santa. Quintana selecionou as imagens pelas quais tem mais apreço em sua trajetória profissional. Para ele, o importante é o olhar antropológico, aquele que ultrapassa a mecânica da máquina e busca entender as histórias de vida. “Como um cronista, procuro combater o tempo e o esquecimento. O fotógrafo é um criador de memórias”, explica. “A câmera nada mais é do que a extensão do nosso próprio corpo, das nossas pupilas, da nossa sensibilidade”, completa o expositor.

Os temas predominantes em suas fotografias são os índios, as crianças e a religião. Quintana fez retratos de pessoas simples, em momentos também singelos, porém com expressões que inquietam, questionam e emocionam. Quase todas as imagens foram captadas com câmera analógica. O fotógrafo reconhece o poder das novas tecnologias, contudo, enfatiza o quanto tais mecanismos não substituem “o afeto e as lembranças dos cheiros do quarto escuro onde me sentia mais artesão, mais padeiro, carpinteiro, ferreiro e jardineiro, em definitivo, mais ‘fotero’”. 

“Fotero” foi o termo que Eduardo Quintana criou para designar a relação amistosa entre fotógrafo, câmera e sujeito fotografado. Ele lembra que não podem faltar ética, respeito, empatia e comunicação ao longo do processo fotográfico. “A obra fotográfica deve ser solidária e transparente”, aconselha. Além disso, a estética precisa ser levada em consideração. Segundo o equatoriano, é necessário usar estratégias para compor a caligrafia da luz e esperar o momento decisivo até apertar o botão de disparo. “Quem manda na foto é a pessoa, é ela quem emprega personalidade ao trabalho.” 
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