A exposição fotográfica Rostros e Identidades fica à disposição do público no Espaço Térreo do Memorial RS até 11 de novembro.
“Fotografar é
compreender os seres humanos, apresentar denúncias e testemunhos, construir
identidades individuais e coletivas”. Esses são os princípios defendidos pelo fotógrafo
equatoriano Eduardo Quintana na exposição Rostros
e Identidades, promovida pelo Ministério da Cultura da República do Equador
e Consulado do Equador em Porto Alegre.
As
38 fotos que compõem a exposição estão divididas em três séries: Equador Tierradentro, Solidão Urbana, Semana
Santa. Quintana selecionou as imagens pelas quais tem mais apreço em sua
trajetória profissional. Para ele, o importante é o olhar antropológico, aquele
que ultrapassa a mecânica da máquina e busca entender as histórias de vida.
“Como um cronista, procuro combater o tempo e o esquecimento. O fotógrafo é um
criador de memórias”, explica. “A câmera nada mais é do que a extensão do nosso
próprio corpo, das nossas pupilas, da nossa sensibilidade”, completa o
expositor.
Os temas
predominantes em suas fotografias são os índios, as crianças e a religião.
Quintana fez retratos de pessoas simples, em momentos também singelos, porém
com expressões que inquietam, questionam e emocionam. Quase todas as imagens
foram captadas com câmera analógica. O fotógrafo reconhece o poder das novas
tecnologias, contudo, enfatiza o quanto tais mecanismos não substituem “o afeto
e as lembranças dos cheiros do quarto escuro onde me sentia mais artesão, mais
padeiro, carpinteiro, ferreiro e jardineiro, em definitivo, mais
‘fotero’”.
“Fotero” foi o
termo que Eduardo Quintana criou para designar a relação amistosa entre
fotógrafo, câmera e sujeito fotografado. Ele lembra que não podem faltar ética,
respeito, empatia e comunicação ao longo do processo fotográfico. “A obra
fotográfica deve ser solidária e transparente”, aconselha. Além disso, a
estética precisa ser levada em consideração. Segundo o equatoriano, é
necessário usar estratégias para compor a caligrafia da luz e esperar o momento
decisivo até apertar o botão de disparo. “Quem manda na foto é a pessoa, é ela quem
emprega personalidade ao trabalho.”
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